Quem foi: Frei Caneca

Natural do Recife, Joaquim da Silva Rabelo, ou simplesmente Frei Caneca (1779-1825), teve como base a formação religiosa. Oriundo de família humilde e sempre demonstrando aptidão moral e inteligência apurada, o jovem lecionou no Convento de Nossa Senhora do Carmo. Ao criar o Seminário de Olinda, tornou-se professor de Retórica, Geometria e posteriormente Filosofia.

Logo cedo, Frei Caneca passou a partilhar de ideias liberais voltadas para o contexto republicano. Participou de grupos de estudos relacionados, culminando com a participação efetiva na Revolução Pernambucana, em 1817. Com o fracasso do movimento, acabou ficando preso em Salvador por um período de quatro anos. Libertado e novamente em Pernambuco, Frei Caneca deu sequência as atividades políticas. Fundou um jornal de oposição ao governo central e como escritor teve como base ideológica filósofos franceses do Iluminismo, como Montesquieu e Rousseau.

Com a monarquia instaurada por D. Pedro I e uma constituição de perfil conservador, a insurgência do grupo de Caneca ganhou força, principalmente na região de Pernambuco. O cenário se acentuou no dia 02 de julho 1824, após o rompimento total com o poder central e o anúncio da formação de uma nova república, conhecida como Confederação do Equador. Sem apoio esperado, inclusive de países estrangeiros, o movimento acabou fracassando e a coluna de Frei Caneca cercada por tropas legalistas.

Como idealizador da Confederação do Equador, Frei Caneca foi condenado à forca. Apesar das inúmeras tentativas, manifestações e petições contrárias, o fato se consumou no dia 13 de janeiro de 1825 através de um fuzilamento.

Em Curitiba, a lembrança ao personagem histórico se dá através de uma pequena via no centro da cidade. A Travessa Frei Caneca, com apenas 180 metros de extensão, liga a Avenida Visconde de Guarapuava à Praça Rui Barbosa. No seu trajeto o destaque fica por conta da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.