Quem foi: Miguel Bakun

Nascido em Mallet-PR, Miguel Bakun (1909 – 1963) foi pintor e participou do movimento artístico e cultural expressionista. O artista é considerado um dos pioneiros da Arte Moderna no Paraná.

Filho de pais ucranianos, vindos da aldeia Ripniv em Kamianka-Buz’kyl, tinha outros sete irmãos, que junto com a família se mudaram para Ponta Grossa, quando Miguel tinha 10 anos. Na cidade, aprendeu alfaiataria e com 15 anos ingressou na Escola de Aprendizes da Marinha, em Paranaguá. Logo que entrou na instituição, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde conheceu Pancetti, um artista que era cabo da marinha e influenciou Bakun a se interessar pela arte. As primeiras obras eram esboços a lápis.

Após um acidente, quando Bakun caiu acidentalmente em um navio, foi desligado da marinha por incapacidade física e em seguida se mudou para Curitiba, trabalhando como fotógrafo ambulante. Nesse período, um novo namoro com a arte e o convívio com grandes artistas, como João Baptista Groff e Guido Viaro. Em 1937, abre seu próprio ateliê, na Av. Silva Jardim; se casa com a professora Tereza Veneri; e viaja novamente ao Rio de Janeiro, para encontrar Pancetti e pintar algumas telas sobre a natureza de Santa Tereza e outras regiões da cidade. Na volta a Curitiba, manteve um ateliê com outros profissionais, que se tornou ponto de encontro de artistas que não seguem os ensinamentos da academia. Em 1944, participa da Exposição de Arte Paranaense, no Rio, que foi promovida pela Sociedade Amigos de Alfredo Andersen. Em seguida, expôs no Salão Paranaense de Belas Artes e nos Salões de Belas Artes da Primavera do Clube Concórdia, em Curitiba. Em 1950, fez uma de suas obras mais famosas, o sótão do Castelo do Batel, encomendada por Moysés Lupion. Localizada no espaço chamado de “salão dos papagaios”, a obra apresenta vários elementos, alguns pouco comuns a Bakun – como orientais, índios, touros e toureiros. Essa seria a década mais produtiva do artista, inclusive com uma mostra individual na Rua XV de Novembro. Nessa época, suas principais produções eram sobre paisagens, naturezas mortas e retratos.

Na década de 60, Bakun começou a expressar temáticas religiosas, mas em 14 de fevereiro de 1963, período em que vivia uma forte crise depressiva, o artista faleceu, aos 53 anos. No mesmo ano, foi criada a Sala Miguel Bakun, que passou por quatro endereços e foi fechada em 1995. Em 1965, a Câmara Municipal de Curitiba decretou a criação da Rua Miguel Bakun, no bairro Guabirotuba, para homenagear o artista. Na foto, um busto em sua homenagem, localizado na Casa Andrade Muricy. A homenagem celebrava o centenário de seu nascimento e fica no Espaço de Arte e Convivência Miguel Bakun.