Cinemateca de Curitiba

Fundada no dia 23 de abril de 1975, a Cinemateca surgiu em um momento de intensas transformações de Curitiba. Criação de um novo plano diretor urbanístico; da Fundação Cultural de Curitiba; além de inúmeros locais de lazer e cultura – até então inexistentes ou reduzidos na capital paranaense. O contexto da Cinemateca – instalada no Museu Guido Viaro – teve como base a existência de um movimento cineclubista na cidade, assim como a presença de Aramis Millarch. Crítico de cinema, o jornalista curitibano chegou a promover diversas mostras e eventos no Teatro Paiol e no Centro de Criatividade de Curitiba.

A formação de críticos da sétima arte na cidade teve seu desenvolvimento na década de 1940 com o Clube de Cinema de Curitiba; e posteriormente nos anos 60 com o Clube de Cinema do Paraná na presença de Sylvio Back, além do Cineclube Pró-Arte e Cinearte Riviera. Este último reuniu importantes intelectuais da capital paranaense e se tornou um ponto de amadurecimento da crítica de cinema local. Na década de 1970, destaque para os cineclubes do CEFET, da UFPR, e da luta contra a ditadura militar.

O destino do cinema curitibano teria seu caminho alterado com a presença de Valêncio Xavier. O paulistano teve sua infância pautada nas salas da Cinelândia de São Paulo. Frequentou a Escola de Belas Artes do Paraná e seguiu para Paris – local que em que se tornou assíduo da Cinemateca de Paris. A experiência europeia fez com que Valêncio Xavier aproveitasse o cargo de responsável do Setor de Cinema da Fundação Cultural de Curitiba para ter seu sonho de criar uma Cinemateca na capital paranaense.

Com a criação do Museu Guido Viaro – instalado no bairro São Francisco – a cidade ganhou um importante espaço destinado a preservar o legado de Guido Viaro e promover manifestações artísticas e culturais. O espaço físico existente se tornou ideal para o surgimento da Cinemateca do Museu Guido Viaro. Com filmes menos comerciais que os oferecidos nos tradicionais Cinemas de Curitiba, o local ofereceu no primeiro mês uma programação com Soberba, de Orson Welles; A Margem, de Ozualdo Candeias; O Ano Passado em Marienband, de Alain Renaim; Lance Maior, de Sylvio Back; além de curtas-metragens poloneses; Festival de Animação Canadense; Passe Livre, de Osvaldo Caldeira; e Pátria Redimida, de J. B. Groff. A estrutura inicial contemplava uma pequena sala (com capacidade para 110 pessoas). Desde o seu surgimento, o local desempenhou atividades fundamentais na cultura curitibana ao preservar e recuperar filmes antigos; pesquisa; formação e difusão do cinema local e nacional.

As sessões diárias de terça-feira a domingo tornaram rapidamente a Cinemateca um ponto de encontro cultural entre professores; estudantes; críticos e intelectuais de uma forma geral. Com a nova sede inaugurada em 1998 na Rua Pres. Carlos Cavalcanti, a Cinemateca ganhou uma sede própria e a possibilidade de um espaço apropriado para alocar e enriquecer todo o acervo construído ao longo de sua história. Os 1.200 metros quadrados oferecem um auditório para 104 pessoas; exposição de equipamento cinematográfico antigo; Biblioteca Arnaldo Fontana; Sala Limite, responsável por exibições regionais; além da Sala João Batista Groff, com programação independente e filmes nacionais; cursos; oficinas; além de pesquisa e consulta.

A Cinemateca fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174, no bairro São Francisco. O local abre de terça a sexta-feira das 9h às 12h e 14h às 22h30; sábados e domingos das e 14h30 às 22h30. Atualmente, a Fundação Cultural de Curitiba administra o espaço.