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Especial: Quem foi?

Quem foi: Machado de Assis

O escritor pode ser considerado o maior nome da literatura brasileira

Romancista, cronista, jornalista, crítico literário, poeta e gênio. Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) vai muito além das áreas em que atuou. O escritor deixou um legado histórico para a cultura nacional. Nascido de uma família pobre no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, Machado de Assis não teve sequência nos estudos, sendo necessário reunir o intenso interesse pela leitura, a superação e o talento para a busca por ascensão intelectual na sociedade da época. Sociedade, que na alteração para o regime republicano viu no escritor um grande relator dos eventos políticos em questão.

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A década de 1850 marcou feitos importantes na carreira de Machado de Assis. Publicou em 1855 o seu primeiro trabalho. Conhecido como ‘’A palmeira’’, a poesia ganhou espaço no jornal Marmota Fluminense, que na época era editado em uma livraria considerada um ponto de encontro de escritores. Posteriormente passou a colaborar em diversas revistas e periódicos, até que o reconhecimento em grupos intelectuais permitiu que Machado de Assis ganhasse a oportunidade de se tornar repórter e jornalista – através da supervisão de Saldanha Marinho – do Diário do Rio de Janeiro, entre 1860 e 1867. Neste meio tempo, estabeleceu contatos importantes com José de Alencar e Castro Alves, e publicou o seu primeiro livro. Datado de 1864, a coletânea de poesias ‘’Crisálidas’’ surgiu como uma forma de homenagear a memória de seus pais.

Paralelamente a carreira de escritor, Machado de Assis exerceu cargos públicos para garantir o seu sustento. Foi nomeado primeiro oficial da Secretaria do Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e recebeu a condecoração da Ordem da Rosa por decreto de D. Pedro II. Em 1889, já no período republicano, Machado de Assis comandou a Diretoria do Comércio, considerado a mais importante função em sua carreira pública. A estabilidade econômica conquistada em cargos políticos trouxe ao escritor a possibilidade de ter mais tempo para se dedicar a literatura.

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Mesmo antes de o cenário brasileiro ter a República consolidada, Machado de Assis tecia em suas crônicas comentários que retratavam situações recorrentes da época. Preferiu a análise e a reflexão ao invés da emoção ao tratar sobre a escravidão, além de defender que a República se instalou de uma forma prematura. As crônicas também possibilitaram que Machado passasse a construir aspectos importantes em suas obras: conto e o romance. Nos contos, se notabilizou por características marcantes como a conversa com o leitor, a ironia, além do estudo da alma feminina. Após duas publicações de volumes contendo contos que foram classificados como medianos pela crítica, Machado de Assis conquistou a maturidade artística com o lançamento de ‘’Papeis Avulsos’’, em 1882. A obra, que passa a incluir a loucura como tema nos trabalhos, contém narrativas clássicas como ‘’O Alienista’’. No contexto de romances, o escritor é considerado o pioneiro do realismo no Brasil. Se notabilizou com obras como “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881); “Quincas Borba” (1891); “Dom Casmurro” (1899), entre outras. Ainda no século XIX, Machado de Assis fundou a Academia Brasileira de Letras, se tornando o primeiro presidente da instituição na história.

Em vida, o escritor ainda viu a publicação de suas últimas obras Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), e Relíquias da Casa Velha (1906). Totalizou em sua brilhante carreira mais de duzentos contos, dez romances, diversas peças teatrais, crônicas e poemas. Faleceu no dia 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.

A maior referência da literatura brasileira dá nome a uma rua e a um Farol do Saber em Curitiba. A Rua Machado de Assis, localizada no bairro Juvevê, possui cerca de 950 metros de extensão e corta importantes ruas como a Almirante Tamandaré e José de Alencar. A via também passa pela Praça Brigadeiro-do-Ar Mário Calmon Eppinghaus. Machado de Assis também dá nome a um Farol do Saber localizado na Rua Arthur Leinig, 635, Vista Alegre. Inaugurado em novembro de 1994 e considerado o primeiro Farol do Saber de Curitiba, o local tem em uma de seus lados alguns versos do poema Fascinação:

Por ti, nessa união íntima e santa,
Como a um toque de graça do Senhor,
Ergui minh’alma que dormiu nas trevas,
E me sagrei na luz do teu amor.

É que os olhos, melhor que os lábios, falam
Verbo sem som, à alma que é de luz

Referências:
UOL. Educação. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias>.

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