Quem foi: Júlia Wanderley

Nascida em Ponta Grossa, Júlia Augusta de Souza Wanderley Petrich (1874 – 1918) ganhou notoriedade no Paraná por conta de sua busca pela autonomia feminina, em uma época que predominava o universo masculino no campo profissional.

Desde muito jovem, Júlia Wanderley já demonstrava ter um afinco com questões sociais recorrentes do período. A temática social era colocada logo aos 18 anos quando passou a escrever como colaboradora para alguns periódicos de Curitiba. A primeira grande “batalha” veio em 1890, quando liderou um movimento buscando a permissão do ingresso de mulheres ao ensino regular. O fato permitiu que Júlia Wanderley se tornasse a primeira mulher a se matricular na Escola Normal e dois anos depois, em 1892, conquistar o posto de primeira professora normalista do Paraná. Mais tarde, lecionou na Escola Tiradentes, instituição a qual se tornou diretora.

Outra contribuição de Júlia Wanderley veio através de sua principal forma de lazer, a fotografia. O acervo de praticamente 2000 fotos do cotidiano paranaense foi inicialmente doado pela família ao Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Em 1993 o acervo foi transmitido a Fundação Cultural de Curitiba.

A história da educadora, que também conquistou um posto de membro efetivo do Conselho Superior de Ensino Primário do Estado, em 1915, e a cadeira número 28 da Academia de Letras dos Campos Gerais, também é homenageada de muitas formas no Paraná. Além de diversas instituições que levam seu nome, como escolas e bibliotecas, é possível encontrar um busto de Júlia Wanderley, talhado por João Turin, localizado na Praça Santos Andrade em Curitiba. Na capital, há também uma rua com seu nome, localizada no bairro Mercês.